No Brasil, o dia dos namorados é comemorado em 12 de Junho, na
véspera do dia de Santo Antônio, popularmente conhecido no país como o “santo
casamenteiro”.
Não se trata apenas de uma data
comercial, mas é uma época em que muitos apaixonados fazem declarações de amor,
pedidos de noivado e até de casamento. Essa questão sempre reacende nas pessoas
o sonho de encontrar o amor eterno, aquilo que muitos chamam de nossa “alma
gêmea”. Mas será que ela realmente existe?
A crença na alma gêmea vem desde
a antiguidade. Uma lenda conta que, Deus, no processo de criação do mundo, uniu
homens e mulheres em um só corpo (a Bíblia diz que a mulher foi criada a partir
da costela de Adão), mas após a queda do Paraíso os seres humanos teriam se
distanciado do Criador. Assim, a união foi interrompida, dando origem ao sexo
oposto. Desde então, homem e mulher passaram a buscar sua outra metade para se
sentirem plenos novamente. Essa outra metade seria a alma gêmea.
Já a psicologia junguiana, que
leva em conta a linguagem simbólica, o termo alma gêmea simboliza o arquétipo
da afetividade. Alguns livros de ficção, romances e novelas ainda trazem a
imagem do “príncipe encantado” e da “gata borralheira” como identificação
daquilo seria o amor ideal.
E o que dizem os bons espíritos
sobre a existência da alma gêmea? Os mentores nos esclarecem que não existem
dois espíritos criados um exclusivamente para o outro, mas que podem ter em
comum os mesmos interesses e afinidades. Em “O livro dos espíritos” Allan
Kardec afirma que “não há união particular e fatal entre duas almas. A união
existe entre os espíritos, mas em graus diferenciados, segundo a classe que
ocupam e a perfeição adquirida; quanto mais evoluídos, mais unidos serão.”
Como explicar, então, a sensação
que muitos têm ao encontrar o ente amado, mesmo que seja à primeira vista?
Quanto a esse tema nossos amigos espirituais esclarecem que duas pessoas que se
conheceram e se estimaram em vidas anteriores não se reconhecem, como muitos
acreditam; apenas se sentem atraídos um para o outro. Isso acontece porque as recordações
das existências passadas trariam grandes inconvenientes; mas é claro que
existem raras exceções.
A existência
da alma gêmea não é comprovada. No entanto, o espírito imortal poderá encontrar
em sua trajetória evolutiva muitos espíritos afins. Essa busca pelo grande amor
significa a aspiração da alma pela felicidade completa. Mas para isso é
necessário aprender a conviver e aceitar as diferenças, mesmo quando há uma
grande afinidade entre os espíritos afins, afinal, cada qual trilha um caminho
na jornada evolutiva. Juntas essas almas seguem como uma só.
Texto publicado no Jornal "Nossa Seara", edição 66 - Junho de 2013