De todas as linhas de trabalho da
Umbanda, a falange dos nossos amigos Exus é, sem dúvida, a mais incompreendida.
Muitos acham que os Exus são espíritos que trabalham tanto para o bem quanto
para o mal. Que eles estariam dispostos a atrapalhar a vida de alguém, ou
amarrar uma pessoa a você, em troca de agrados, presentinhos, cachaça e sangue
e carne animal.
Tais
pensamentos dos filhos de terra conduzem os trabalhos de terreiro para o baixo
espiritismo, com a aproximação de “kiumbas” (espíritos obsessores), que se
aproveitam da falta de informação dos médiuns e assistentes, e da
irresponsabilidade de alguns dirigentes de terreiro para fazerem a sua “farra”.
E o que se vê por aí é velha mistificação do Exu em forma de diabo.
Não existe
isso de que Exu tanto faz o mal como o bem e que depende de quem pede. Não há
trabalho de corte nem de sangue para agradar Exu. Isso não é nem nunca foi
Umbanda. Como já dizia o Caboclo das Sete Encruzilhadas, Umbanda é a
manifestação do espírito para a prática da caridade. Na Umbanda não há
matanças. Na Umbanda os médiuns vestirão o branco, e há uma lógica espiritual
para isso.
Portanto, o
trabalho de Exu não pode ser ficar apenas rodando, bebendo e gargalhando no
terreiro. Nem fazer desfile com as roupas mais exuberantes, e muito menos
barganhar com os assistentes qualquer coisa em troca de bem estar material para
os consulentes.
Exu e Pomba
Gira são espíritos em busca de evolução e compromissados com a espiritualidade
superior. O que existe são espíritos mistificadores, obsessores prontos para
seduzir alguém pelas ambições e anseios materiais. E quem se deixa levar por
esses espíritos? Os filhos de fé invigilantes, que acham que podem conseguir
algo através de trabalhos para o astral inferior.
Em diversos
livros e revistas, que têm o intuito de levar a Umbanda com seriedade a todos,
já há informações sobre o verdadeiro trabalho dos nossos Guardiões Exus, tanto
do lado de lá, quanto aqui, em nosso terreiro.
Ainda bem que
a Umbanda tem sido cada vez mais estudada e menos mistificada. E esperamos que
seja só o começo. Só assim ficaremos livres das visões preconceituosas que
outras pessoas têm sobre a nossa religião. E para isso acontecer, depende de
cada um de nós.
Meu saravá fraterno,
CCT Cristiano Queiroz
Dirigente da SEFA
Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda
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