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A Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA - é uma Organização Religiosa de Umbanda, que traz como base doutrinária a Escola de Caboclo Mirim. Nosso objetivo é seguir os princípios fundamentais da Umbanda e seus ensinamentos na prática da caridade. Nossa Matriz fica no bairro de Piedade, e nossas filiais em Sampaio e Vila Isabel (Rio de Janeiro)

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Entrevista com o Tupixaba da SEFA

Exatos 10 anos se passaram desde a fundação da Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda (SEFA) e, como toda casa, a sua história passa muito pela história de seu dirigente. Por esse motivo, hoje trazemos uma entrevista realizada pela equipe do nosso blog com o Tupixaba e presidente da SEFA, CCT Cristiano Queiroz. Nela, ele conta um pouquinho de sua trajetória, relembra momentos importantes dessa década à frente do terreiro e fala dos desafios de ser um dirigente. Confira!

1) Quando e como você recebeu a missão de ser dirigente de Umbanda?

Na primeira reunião da SEFA em 14/04/2007
Acredito que a missão já tenha vindo comigo. Todos nós, quando reencarnamos já temos nossas missões planejadas. Digamos que eu só me dei conta dessa minha missão quando comecei a ter sonhos com o Caboclo Sete Estrelas riscando o ponto que seria o símbolo da SEFA, já no fim de 2006. Mas achei inicialmente que era coisa da minha cabeça. Meses depois a coisa amadureceu e os meus próprios guias foram informando que existia um projeto importante a ser iniciado no plano terrestre.


2) Como foi a sua trajetória religiosa e pessoal até abrir a SEFA?

Em 2003, na antiga 6ª filial (Piedade) da Tenda Mirim
Eu nasci numa família umbandista. Meus avós participaram da fundação da Irmandade Espiritualista e Beneficente Mirim, que começou como 21ª filial da Tenda Espírita Mirim. Minha mãe se desligou do terreiro quando eu ainda era criança. Logo depois fui matriculado num colégio católico, e acabei participando de vários movimentos da Igreja quando adolescente. Aos 18 anos saí da igreja católica e me reencontrei com a Umbanda. Comecei no Cantinho de Vovó Cambinda, onde tive o momento de controlar a minha mediunidade (que na época era muito ostensiva). Na busca pelas minhas raízes na Umbanda, ingressei no ano 2000 na Tenda Espírita Mirim. A princípio na Matriz na Rua Marechal Rondon. Logo depois, fui para a 6ª filial, que na época funcionava em Piedade. Em 2004, acompanhando a minha CCT Angela Toledo, me desliguei da TEM para junto com outros irmãos participar da fundação do Círculo dos Irmãos Espiritualistas Fé e Caridade. Foram quase três anos no Ciefec, até que em Março de 2007 me veio a missão de abrir a Casa. Assim fizemos em 14 de abril daquele ano. E, graças a Deus, foram 10 anos de muito aprendizado e crescimento.

3) Como foi para você a preparação para ser um comandante? Lembra do que fez à época para se preparar?

A preparação para ser um comandante é contínua. Acho que se eu me achar um comandante “pronto”, eu deixo de buscar melhorar o que ainda posso e preciso melhorar. Mas acho que a preparação veio muito com todo o aprendizado que tive com meus dirigentes anteriores, e também com os guias. Agradeço muito, principalmente à Cabocla Jurema e Vovó Ana do Cruzeiro, entidades da minha antiga CCT Angela, que me ensinaram muito nessa preparação.


4) Qual o maior desafio ao longo dessa trajetória?

Você conduzir cerca de 90 pessoas que vêm de origens, formações, instruções diferentes, numa única direção, seguindo os ensinamentos de nossa Escola da Vida. Esse foi, e continuará sendo o maior desafio.

5) E a melhor parte do processo, qual é?

Ver as pessoas se sentindo bem a cada trabalho realizado. Ver o sorriso no rosto de um médium, ou de um assistente. Acompanhar também o crescimento do médium dentro da nossa Escola Doutrinária.



6) Qual o maior aprendizado que os seus guias, que comandam a Casa, te passaram nesse tempo?

Que tudo tem o momento certo para acontecer. Mas que se a missão é sua, não há quem possa fazer por você. Basta confiar na Espiritualidade e em você para seguir firme e com simplicidade sempre.

7) Quando você reparou que a Casa não ficaria apenas em sua matriz e teria a missão de abrir filiais? E Por quê?

Desde a fundação da SEFA seu Sete Estrelas disse que a missão era levar a bandeira da Casa onde ela pudesse ser levada. E creio que essa deva ser a função de um terreiro filiado: levar os ensinamentos para irmãos que não conseguem ir à Matriz. Como missionários da Umbanda, devemos levar o nosso trabalho para todos os irmãos possíveis. Com fé nos nossos guias e com paciência e tranquilidade, mesmo nos momentos turbulentos.


8) Pode destacar alguns acontecimentos que te marcaram nessa trajetória?

Foram tantos. A fundação da SEFA foi um acontecimento em si. A minha consagração de 7º grau na Irmandade Mirim também. As Giras festivas, a nossa primeira Gira de Oxossi que foi debaixo de chuva. A Gira em que eu recebi a visita da minha avó aqui no terreiro. As homenagens que recebi, o meu casamento no terreiro. São tantos momentos que não vão caber em uma entrevista.



9) Como você busca conciliar sua vida pessoal com a de médium e, consequentemente, de dirigente?

Em homenagem recebida na
Câmara do Vereadores do Rio, em 2016
Às vezes é difícil, porque, como Tupixaba da SEFA, eu vivo o terreiro quase que 24 horas por dia. Às vezes estou trabalhando e recebo mensagem de um médium que precisa falar comigo, ou de um assistente pedindo informações. Eu cuido das questões administrativas da Matriz e das filiais junto com a Diretoria, cuido da parte ritualística com o Conselho de Morubixabas, preparamos material para aulas, calendário anual, incluindo festas beneficentes e visita a outros terreiros. Mas é preciso lembrar que não sou dirigente por profissão. Logo, preciso também trabalhar, administrar minha casa, meus animais de estimação, meus parentes, meus amigos. No início era bem mais difícil. Com o tempo vamos aprendendo a lidar com o fardo da função. Mas há momentos em que eu peço um dia com mais de 24 horas...

10) O que você espera para a Casa nos próximos 10 anos?

Espero que ela siga sempre com o propósito para qual ela foi fundada: caridade com simplicidade, mostrando que Umbanda é coisa séria para gente séria, como já dizia nosso Mestre Caboclo Mirim. Tudo que conquistamos hoje é fruto daquilo que plantamos ao longo dessa década. Continuemos focados em estudar, trabalhar e crescer que o resultado positivo é certo.

11) Pra você, o que é preciso para ser um Falangeiro da Aruanda?

Amor acima de tudo. Amor pela Umbanda, pela nossa Casa, pela nossa Escola da Vida, pelo irmão de corrente, pelo irmão de fé que nos visita. Dedicação, estudo, força de vontade e entendimento de que a corrente para se manter, assim como a casa, precisa de todos do Comandante ao Iniciante.


Um comentário:

  1. Vergonhoso isso... casamento dentro de um terreiro com dois homens. Isso nao é Umbanda.

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