Amparo a pessoas e instituições carentes é parte do trabalho de caridade da Casa
Não é só nas atividades caritativas do terreiro, durante as sessões e giras, que os médiuns da SEFA se dedicam na missão de ajudar o próximo. Fora das dependências da nossa sede, a SEFA mantém um trabalho de cunho social, oferecendo ajuda a outras instituições que têm como meta dar assistência especial a quem necessita.
A primeira parceria aconteceu em Junho de 2007, com a Creche da Tia Edith, localizada na Comunidade da Caixa d’Água, no próprio bairro de Piedade, onde fica a sede do nosso terreiro. Logo depois surgiu a oportunidade de prestar assistência aos idosos do Lar de Pedro Richard, na Praça Seca, Zona Oeste.
Depois de um período de reestruturação, a SEFA volta às atividades com seu Núcleo de Ação Social, orientado pelas médiuns Roberta Sales e Ana Paula Degani, ambas profissionais experientes em assistência social.
Sobre como engajar no Núcleo de Ação Social da SEFA, Roberta ainda lembra que não há a obrigatoriedade da participação nas ações sociais, e não há obrigatoriedade de ser médium da SEFA para colaborar. Basta ter boa vontade e iniciativa para ajudar.
Acompanhe abaixo as declarações dadas pela SCCT Roberta Sales sobre o trabalho social na Umbanda.
Por que a necessidade de fazer um trabalho social?
RS: Creio
que o trabalho espiritual e doutrinário esteja profundamente ligado ao
trabalho de auxílio aos irmãos em situação de maior vulnerabilidade.
Ainda mais se considerarmos a orientação constante dos mentores de
Umbanda, que estão sempre nos alertando que devemos levar para a vida
prática os ensinamentos que recebemos cotidianamente. Compartilhar com o
irmão, de coração aberto e sem segundas intenções é uma prova de que o
aprendizado está se construindo gradativamente.
Qual a missão de um terreiro nesse sentido?
RS: A
estrutura institucional de um terreiro de Umbanda, pode ser utilizada
como base de organização de trabalhos sociais, desde que o corpo
mediúnico se integre e fiscalize as atividades e doações resultantes das
campanhas assistenciais. Como qualquer outra instituição, ela é
passível de má administração. Contudo, deve ser imperativo o caráter
ético essencial da religião no acompanhamento de todo o processo.
O que diferencia um terreiro de uma ONG comum?
RS: Um
terreiro legalizado, ainda sem a Utilidade Pública, tem as suas ações
materiais limitadas no que tange a prestação de serviços diretos à
comunidade. O que não acontece com uma ONG se ela estiver licenciada
para atuar. Por exemplo, para atender diretamente crianças e
adolescentes, uma instituição precisa ter autorização do CMDCA (Conselho
Municipal da Criança e do Adolescente). A boa vontade de um terreiro
poderá, por vezes, esbarrar em questões jurídicas, etc. Justamente por
isso, é importante atuar com transparência com os parceiros e
comunidades. Para que o que for oferecido não seja confundido com
benefícios sociais governamentais, etc.
Como engajar um grupo nesse sentido?
RS: Sensibilizando
os associados sobre a proposta da instituição, em primeiro lugar.
Deixando claro de que não há a obrigatoriedade da participação nas ações
sociais, mostrando os resultados internamente, prestando contas do que é
arrecadado com regularidade, e motivando os que demonstram interesse em
colaborar.
Acredita que terá que vencer preconceitos para fazer caridade? (podemos sofrer preconceitos por sermos umbandistas?)
RS: Sim.
É possível que haja resistência por parte das pessoas. Por diversos
motivos. Mas nenhum deles, deve ser motivo suficiente para que um bom
trabalho não seja feito. Por exemplo: se arrecadamos alimentos, e após
mapeamento do território constatamos a existência de outra instituição
passando por dificuldades, podemos buscar contato para repassar os
donativos, mas é de total direito de tal instituição aceitar ou não o
que temos a oferecer. Graças à Deus, ainda não passamos por isso na
SEFA. Todos os lugares que ajudamos prezam pela boa vontade, em primeiro
lugar, sem discriminarem a natureza da nossa estrutura.
Na foto acima, médiuns e colaboradores da SEFA em visita ao Lar da Tia Beth, em 23 de março deste ano. Ao lado, a logo do Núcleo de Ação Social, inspirada no emblema da SEFA
*Essa matéria foi publicada na edição 64 do Jornal Nossa Seara - Especial de Aniversário da SEFA - Abril de 2013.
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