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A Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA - é uma Organização Religiosa de Umbanda, que traz como base doutrinária a Escola de Caboclo Mirim. Nosso objetivo é seguir os princípios fundamentais da Umbanda e seus ensinamentos na prática da caridade. Nossa Matriz fica no bairro de Piedade, e nossas filiais em Sampaio e Vila Isabel (Rio de Janeiro)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Caboclos de Pena e Caboclos de Couro


Em nossa Casa, na Gira de Caboclos, há uma divisão na saudação aos Caboclos: saudamos os Caboclos de Pena (aqueles que identificamos com a roupagem fluídica da imagem dos ancestrais indígenas) e os Caboclos de Couro (os chamados Boiadeiros). Mas qual a diferença entre essas duas entidades?
O texto abaixo foi extraído do site “Povo de Aruanda”:

CABOCLOS DE PENA E DE COURO

Falar de Caboclos é uma tarefa bastante agradável, ainda que extensa e difícil, pois existem tantos que seria uma grande leviandade, declararmos conhecer a todos. Inicialmente é importante conhecermos uma diferenciação que se faz entre eles. Os Caboclos de Pena e os de Couro. Os Caboclos de Pena são todos aqueles que se apresentam pela representação da imagem do Índio. Já os Caboclos de Couro são os Boiadeiros. Ainda tem os Caboclinhos, que são índios meninos, muito comuns no Nordeste do Brasil.

Muito se fala a respeito de que tipo de espíritos poderia ser os Caboclos, Pretos-Velhos, etc… Seriam mesmo índios? Ou em relação aos Pretos-Velhos, seriam somente negros ou escravos?
O trabalho da caridade espiritual é muito grande e não caberia somente a esta ou aquela qualidade de espíritos praticá-la. Se nas falanges de Caboclos ou em outra qualquer, não se manifestarem somente espíritos daquela classe, isso não muda em nada sua força. E qualquer espírito que se aproxime ou que lhe seja determinado trabalhar naquela determinada linha vibracional, às características da falange deverá se amoldar.

Isso se aplica a qualquer qualidade de espírito. Até mesmo aqueles que em suas vidas pretéritas tenham convivido em camadas sociais diversas, podem depois de desencarnados trabalharem em qualquer falange, mas para isso moldam-se a ela utilizando-se da roupagem característica dela.


O que quero dizer é que não é impossível a outros espíritos que viveram em outras classes sociais, aproximarem-se, por afinidade ou determinação superior, às características de um Caboclo de Pena (apresentando-se como ancestral indígena) ou de um Caboclo de Couro (apresentando-se como um Carreiro de Boi), assim como, a perseguir a elevação espiritual, dentro daquelas características. A evolução de cada entidade se dá mais pelo trabalho que pratica, pelo bem que alcança e dirige a quem necessita, do que pela maneira como se manifesta, fala ou se veste.

Assim sendo é muito mais importante nos aproximarmos da figura que a entidade nos proporciona, do que ficarmos procurando uma maneira de investigar e determinar o que não nos é devido.

Os Caboclos, embora associado a Oxossi, Orixá da caça, que na Umbanda é louvado como rei das Matas, estão sempre ligados a um determinado Orixá e mantém suas características, de alguma forma ligada a esse Orixá. Por isso, podemos ter Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô, de Iemanjá, de Oxum, etc.

Os Caboclos de couro – Boiadeiros – se apresentam na roupagem fluídica do sertanejo, aquele que está mais ligado à terra. Em algumas partes do país os Boiadeiros também são conhecidos como “Encantados” por alguns segmentos e fora da Umbanda. Eles não teriam morrido para se espiritualizarem, teriam sido encantados e se transformados em entidades especiais. Em outros estados brasileiros eles são cultuados como “Baianos”, mantendo quase a mesma característica de trabalho.

Os Caboclos de Pena são exímios na arte de curar e na limpeza espiritual, são profundos conhecedores das ervas medicinais e de suas propriedades espirituais, assim como suas propriedades terapêuticas para o tratamento de muitos males. São grandes passistas, quando seus médiuns se preparam para este tipo de trabalho.


As características dos Caboclos de Couro são bastante diferentes, mas que não modificam suas intenções na prática do bem e da caridade. Os Boiadeiros também apresentam diversidades de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre, Boiadeiro do Sertão e muitos outros tipos.

São, porém, grandes trabalhadores e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade.

Assim se manifestam os Caboclos, onde quer que sejam chamados. Em algumas casas, principalmente no Nordeste, os Caboclos de Couro são mais reverenciados e chegam a chefiar terreiros. Já no Sudeste, com a influência maior do Caboclo das Sete Encruzilhadas, os Caboclos de Pena são os Chefes de Terreiro. O trabalho dessas entidades vai variar de acordo com a doutrina de cada terreiro. Em alguns, eles são festeiros, bebem e fumam. Outros não lhes permitem fumar ou beber e se mesmo assim, humildemente, aceitam as condições da Casa é por que é maior o desejo da caridade.

Isso não diminui nem seus trabalhos nem a capacidade da casa, muito menos deprecia tal doutrina. No entanto é muito importante que os respeitemos da maneira que se apresentem, sempre orientando os médiuns a trabalharem de acordo com os desígnios de cada casa.

 Autor desconhecido




Durante as reuniões dos grupos de estudos na SEFA, surgiram algumas perguntas acerca do assunto. As orientações abaixo foram transmitidas pelo nosso Guia Chefe, Caboclo Sete Estrelas:
  
1.      O espírito que se apresenta como Boiadeiro foi ou é um Exu que se encontra em uma etapa transitória para evoluir a condição de Caboclo?

Sete Estrelas: Todos os espíritos se dividem hierarquicamente, entendem e respeitam essa hierarquia. Alguns espíritos que se apresentam como Caboclo de Couro são falangeiros contemplados da Linha de Povo Trabalhador, que alcançaram um novo estágio de trabalho espiritual. Outros podem ser espíritos provenientes de outras frentes de trabalho que, ao atuarem na esfera umbandista, se identificam com esta linha de trabalho. Mas é importante ressaltar que o Caboclo de Couro tem a função de auxiliar os trabalhos, conduzindo toda a energia adversa ou ainda orientando espíritos menos evoluídos. Um trabalho bem próximo ao da falange de Exus e Guardiões.

  1. Existe a possibilidade de um médium trabalhar com seu Boiadeiro na Casa, confirmando nome e ponto?
Sete Estrelas: Toda e qualquer entidade pode confirmar o seu nome e o seu ponto riscado, seguindo sempre o que determina a doutrina trazida pela Cúpula Espiritual da Casa.

  1. Existe alguma “restrição” por parte do Comando Espiritual quanto ao trabalho de Boiadeiros na Gira de Caboclos?
Sete Estrelas: Todo médium tem um Caboclo de Pena e um Caboclo de Couro. Em nossa casa a chefia será sempre dos Caboclos de Pena, estando sempre os Boiadeiros auxiliando nos trabalhos.

  1. Sinto mais a força do meu Boiadeiro do que meu Caboclo, mesmo quando estão chamando os Caboclos de Pena. O que devo fazer?
Sete Estrelas: Primeiramente, o médium que está em desenvolvimento deverá sentir essa energia, não havendo preocupação em saber se é Caboclo ou Boiadeiro. E há ainda o Caboclo Boiadeiro (que é um Caboclo de Pena). Mas o primeiro momento é de conhecimento da sua mediunidade, da forma que ela se manifesta em seu aparelho. Muitos sentem a energia de Boiadeiro “mais forte”, respondendo em seu aparelho mediúnico de forma mais ostensiva, já a energia do Caboclo de Pena mais sublime, mais branda. Isso faz com que o médium pense que seu Boiadeiro “é mais forte”, e confie mais no seu Caboclo de Couro. Com orientação, aos poucos, ele vai buscando afinizar-se também com seu Caboclo de Pena, sentindo que há diferença entre essas duas entidades, e permitindo que o seu Caboclo atue mais. A espiritualidade entende a hierarquia. Com orientação, aos poucos, os médiuns vão entendendo também. Quanto mais o filho de fé se afiniza com seu guia, mais ele confia e mais ele permite que a entidade trabalhe consigo. 

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