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A Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA - é uma Organização Religiosa de Umbanda, que traz como base doutrinária a Escola de Caboclo Mirim. Nosso objetivo é seguir os princípios fundamentais da Umbanda e seus ensinamentos na prática da caridade. Nossa Matriz fica no bairro de Piedade, e nossas filiais em Sampaio e Vila Isabel (Rio de Janeiro)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A difícil arte de envergar


Constantemente nos deparamos com a seguinte situação: um irmão de corrente bastante frequente, por um problema qualquer (pode ser trabalho, estudo ou mesmo família), para de vir às sessões do terreiro. Como dirigente, naturalmente busco entender os motivos e aguardo a situação se desenrolar. Mas por vezes o tempo passa e o médium acaba por se fazer tão ausente que começa a estar mais fora do que dentro da corrente. Procuramos entrar em contato para compreender o que está se passando novamente e ver se podemos ajudar. E o irmão, mesmo reafirmando sua vontade de permanecer na Casa e seu amor por ela, prefere se afastar, pois não está conseguindo conciliar a vida pessoal/profissional/acadêmica com o terreiro. Costumamos ouvir o discurso que para estar na tenda é para estar “direito”, “100%”, e como não consegue se dedicar do jeito que desejaria, opta-se pela saída.

A Casa religiosa acaba sendo a primeira a sofrer o “corte” nas prioridades. Como se, para um religioso, a sua crença não fosse tão basal para a sua vida como o seu relacionamento amoroso, a sua família, os seus amigos e a sua carreira. Uma religião é o ponto de equilíbrio de uma pessoa, quando bem utilizada; muitas das vezes, o cimento que falta para unir todos esses tijolos e construir uma vida firme e bem estruturada. Porém, infelizmente, para alguns é vista como mais supérflua do que outros compromissos. Ou tão imaculada que não pode ter falta alguma; logo, se não dá para ir a todos os trabalhos, prefere-se não ir a nenhum.

A grande arte nessa questão é saber envergar, e não quebrar. É encontrar o 44 entre o 8 e o 80. O exato ponto de equilíbrio para seguir adiante. Para uma Casa Umbandista, certamente é mais valioso ter um irmão de corrente que não vai a todas as sessões, mas quando vai o faz de coração, com total entrega e altruísmo; e que quando se ausenta busca saber como as coisas andam por lá; a ter um que apenas bate o seu ponto e pensa somente em si e nas suas próprias entidades.

Portanto, se você gostaria de ir a todos os trabalhos do seu terreiro mas não pode, não se abale. Converse com o dirigente, busque encontrar uma solução em vez de puramente se afastar. Uma vez ao mês, que seja, já é uma forma de manter a sua energia em movimento e o mínimo de integração com a Casa. E, assim que possível, busque retornar à sua frequência normal.

Quando falo em saber envergar, encontrar um equilíbrio, não vale somente para presença, mas também para uma série de coisas: na compreensão com os irmãos de corrente; no bom convívio com a assistência; no revezamento com o seu cônjuge caso haja alguma responsabilidade familiar; no entendimento das diferenças que cada um carrega consigo; entre muitas outras coisas.

O mais importante de tudo isso é buscarmos em nossa Umbanda o nosso manancial para sermos pessoas melhores. E um dos grandes desafios para isso é sabermos sermos mais maleáveis, tolerantes e equilibrados.

CCT Paulo Henrique Brazão
Morubixaba - Comandante da SEFA filial Sampaio

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