No mês de maio comemora-se
o dia de Santa Sara, padroeira do Povo Cigano. Várias são as lendas em torno da
história de Santa Sara. A mais contada é que ela teria sido uma escrava
egípicia que passou a viver com os cristãos.
Atirada ao mar junto com Maria
Madalena, Maria Salomé e Maria Jacobé, em um barco sem remos nem provisões,
Sara teria rezado para que elas se salvassem. Dias depois, ela e as três Marias
chegariam salvas a uma ilha no Sul da França, na região que ficou conhecida como
Saintes Maires de-La-Mer (ou seja, as Santas Marias que vieram do Mar).
Ainda segundo a tradição oral, um
grupo de ciganos que vivia por ali socorreu as quatro mulheres e elas, em
troca, levaram ao grupo os ensinamentos de Jesus. Com a partida das “Três
Marias”, Sara teria continuado a viver com os ciganos, sendo batizada de Sara “Kali”,
que quer dizer “negra” em romanês, a língua do Povo Cigano.
Santa Sara tornou-se a padroeira
dos Ciganos em todo o mundo, sendo o seu dia comemorado em 24 de Maio.
Na Umbanda a corrente do Povo
Cigano vem se tornando cada vez mais forte e presente nos terreiros. Mas é
preciso cuidado para não confundir Povo Cigano com Exus e Pombas Giras Ciganas,
nem criar mitos que Cigano só vem ao terreiro para ler a mão, ver o futuro ou
jogar cartas. Normalmente as entidades que se identificam como Ciganos se manifestam em sintonia similar à do Povo do Oriente, com seus profundos conhecimentos de magia.
O trabalho dessa corrente vai
muito além das "fantasias" criadas pelos filhos da terra e exige muita seriedade. Uma entidade cigana num terreiro de Umbanda é completamente diferente dos ciganos que são mistificados pela literatura mundial, ou ainda pela imagem alegórica das ruas e dos anúncios de jornais.
Por isso, antes de simplesmente adorar o cigano pela fantasia, é preciso estudo e conhecimento para compreender que o trabalho do Povo Cigano na Umbanda é, acima de tudo, de caridade e simplicidade.
Arriba, Povo Cigano.