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A Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA - é uma Organização Religiosa de Umbanda, que traz como base doutrinária a Escola de Caboclo Mirim. Nosso objetivo é seguir os princípios fundamentais da Umbanda e seus ensinamentos na prática da caridade. Nossa Matriz fica no bairro de Piedade, e nossas filiais em Sampaio e Vila Isabel (Rio de Janeiro)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Alforria da Alma


No dia em que o povo brasileiro celebra mais um aniversário da Abolição da Escravatura, 13 de maio, a Umbanda rende suas homenagens aos Pretos Velhos, uma das linhas principais linhas espirituais de nossa religião. Mas qual a ligação tão forte que há entre os negros escravos e os espíritos que se apresentam no terreiro como os vovôs e vovós da Umbanda?

A História nos conta que, ao longo de três séculos, milhões de negros africanos foram capturados em suas terras e trazidos para o Brasil. Muitos deles sequer chegavam ao destino, falecendo nas precárias masmorras dos navios negreiros. Grande parte dos escravos não chegava a completar 30 anos de vida. Morriam de doenças, já que os negros não tinham acesso aos serviços médicos da época; morriam assassinados em perseguições ou castigos impostos por seus senhores; morriam até mesmo de “banzo”, depressão causada pela saudade que sentiam da terra natal e tudo que lá deixaram.

A aproximação da figura do escravo com a Umbanda se deu justamente por ser esta uma religião agregadora, genuinamente brasileira e síntese da construção de nossa nação: além dos índigenas, com sua pajelança e os brancos, com seus preceitos cristãos, os cultos africanos aos seus ancestrais e às forças da natureza, iniciados nas senzalas, evoluíram e contribuíram para a formação da nossa doutrina.


Os pretos velhos trouxeram consigo a pregação da humildade, da simplicidade e da serenidade; agregaram experiência e ensinaram os “zifios” a exercitar a paciência. Atravessaram preconceitos, como o da primeira incorporação registrada na fundação da Umbanda, em 15 de novembro de 1908, quando Pai Antônio, entidade de Zélio Fernandino de Moraes, foi classificado de “espírito atrasado” ao se manifestar em uma sessão espírita. Antes mesmo disso, toda e qualquer entidade que demonstrasse traços similares aos de um negro escravo, eram “convidados” a se retirar de tais sessões.

Como destaca o escritor Lourenço Braga, em artigo de 1942, a condição para o espírito ter luz é ter virtude, ser simples, bom, carinhoso, humilde, piedoso, e não ter ódio, inveja, orgulho, ciúme, maldade, vaidade, avareza, etc.


Como Deus é justo, nenhuma “raça” foi privilegiada com essa condição. Essas são amarras das quais é necessário se desprender e se “alforriar”, para conhecer a luz dos nossos abençoados Pretos Velhos.


A SEFA realizará a nossa Gira Festiva de Pretos Velhos no dia 22 de Maio, domingo, a partir das 15h, na nossa Matriz situada à Rua Manuel Vitorino, 420 - Piedade - Rio de Janeiro.

Após a Gira será compartilhada a tradicional feijoada de Pretos Velhos.

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