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A Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA - é uma Organização Religiosa de Umbanda, que traz como base doutrinária a Escola de Caboclo Mirim. Nosso objetivo é seguir os princípios fundamentais da Umbanda e seus ensinamentos na prática da caridade. Nossa Matriz fica no bairro de Piedade, e nossas filiais em Sampaio e Vila Isabel (Rio de Janeiro)

domingo, 12 de março de 2017

Caboclo Mirim - 97 anos


Esse ano a Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda completa uma década de fundação. São 10 anos de trabalho seguindo os ensinamentos, resgatando e buscando a essência da Escola de Caboclo Mirim.

Não dá para falar de Caboclo Mirim sem pensar na sua escola, nos seus ensinamentos da Umbanda como “coisa séria”, como ele dizia. Nos dias de hoje, em que o excesso de informações navega na rapidez das bandas largas da internet, valorizar o passado parece ser tarefa difícil. 


Então vamos juntos viajar no tempo e voltar a noventa e sete anos atrás. Como podia um jovem de apenas dezessete anos ficar responsável por uma organização tão forte, com uma doutrina ritualística baseada na disciplina, na dedicação e no amor ao próximo? Isso é o resultado da confiança que o seu mentor espiritual depositou sobre os seus ombros. 

Assim o adolescente Benjamin aceitou a missão de bom grado, e deu início à grande Seara na qual seria plantada a semente da Escola de Caboclo Mirim. Mas ele não podia fazer tudo sozinho. Para isso, contou com a ajuda de outros médiuns, irmãos que aceitaram embarcar nesta mesma missão de levar adiante os ensinamentos da Umbanda, respeitando as determinações do Mentor Espiritual. Como já disse um espírito amigo: “Ninguém é mais forte do que todos juntos”. Também era preciso conhecimento. O Caboclo Mirim orienta então o seu médium a buscar o aprendizado com o fundador da Umbanda, Caboclo das Sete Encruzilhadas. 

Sessão de Passe na Matriz da TEM - Anos 70

Os ensinamentos de Mestre Mirim foram tantos que diversas Casas acompanharam sua doutrina. Sua organização é tão característica dentro da Umbanda que, ao entrar num terreiro, o médium já reconhece que as bases da Escola de Mirim estão ali presentes. A força do Caboclo Mirim ainda se faz presente em muitas outras casas, seja aqui ou até mesmo no exterior. 


Não foi à toa a passagem do médium Benjamin Figueiredo pela Terra, aparelho desse espírito missionário que nos trouxe muitos ensinamentos e esclarecimentos sobre a Umbanda de Pai Oxalá. Hoje, data em que se celebra os 97 anos da primeira incorporação de Caboclo Mirim, agradecemos a esse Espírito de Luz pelo seu legado. E que os médiuns de hoje possam levar adiante tudo aquilo que esse grande Mestre nos ensinou, que são os ensinamentos de uma Umbanda com seriedade e respeito que ela merece ter. 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Nossas irmãs de fé e de luta


Cada vez mais as mulheres conquistam seu espaço na sociedade, em funções que imaginávamos ser destinadas “somente para os homens”. Hoje em dia muito se fala sobre empoderamento feminino, mesmo que essa expressão seja alvo de muitas opiniões opostas e polêmicas. 

A luta das mulheres pelos seus direitos ganhou importância e uma data oficial, comemorada em 08 de março. A escolha da data, porém, tem na História um episódio trágico. Neste mesmo dia, no ano de 1857, as operárias de uma tecelagem de Nova Iorque, nos Estados Unidos, entraram em greve ocupando a fábrica, em reivindicação à redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias, que recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, em seguida, começaria um incêndio. Cerca de 130 mulheres morreram queimadas. 

Desde que foi decretado oficialmente o Dia Internacional da Mulher, em 1910, várias foram as conquistas delas na luta contra os tabus do machismo e do preconceito. Apesar disso, a realidade ainda está longe do ideal. O número de casos de violência contra a mulher ainda muito alto, mesmo com as delegacias especializadas em atendimento ao público feminino. Segundo a superintendente de Direitos da Mulher da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Cecília Teixeira Soares, todos os dias uma mulher morre vítima da violência doméstica no Estado do Rio de Janeiro.

A MULHER NA UMBANDA 




Dentro da nossa Umbanda seguimos os ensinamentos de Jesus Cristo, nosso Médium Supremo, de que somos todos iguais perante ao Pai, colocando o homem e a mulher no mesmo patamar. Independentemente de gênero, todos nós somos espíritos em evolução. 

Na SEFA é notória a predominância do sexo feminino no corpo mediúnico. Da totalidade de médiuns da SEFA dois terços são de mulheres, que desempenham importantes papéis nas diversas funções ritualísticas da Casa. Há alguns anos atrás esse número era bem mais equilibrado, sendo 50% para cada gênero. 


“Acredito que as mulheres têm um dom especial de trabalhar o seu lado intuitivo, o chamado sexto sentido. Talvez seja isso que se reflete no terreiro hoje em dia”, considera o CCT Cristiano Queiroz, Tupixaba da SEFA. As nossas irmãs de fé, em muitos casos, precisam administrar o seu lar, seu trabalho e ainda levar consigo a missão mediúnica nas atividades do terreiro. Mas nem por isso elas se deixam derrotar. Ao contrário, demonstram coragem e capacidade de superar obstáculos. 


Hoje, em nosso terreiro, temos mulheres como Subcomandantes Chefes de Terreiro, tomando conta do Cerimonial, ajudando na curimba, seja cantando ou até mesmo batendo no tambor, tanto na Matriz quanto nas Filiais. Essa demonstração de dedicação ao terreiro e à Umbanda deve servir de exemplo, não só para outras mulheres, mas também para qualquer irmão de fé, independentemente de gênero.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Quaresma: Fechar ou não fechar?


A Quaresma é o período de quarenta dias, determinado pelo Vaticano, em que os nossos irmãos católicos se penitenciam, como uma forma de lembrar o sofrimento de Jesus Cristo. Segundo a liturgia católica, o objetivo desse período de sacrifícios é preparar o indivíduo mediante processos de conversão e penitência, para a expurgação de influências carnais e mundanas e absorção de valores sagrados.

Embora tenha se tornado uma tradição, a Quaresma não foi estipulada pelo Mestre Jesus, mas, sim, pelos dirigentes católicos, três séculos após a passagem do nosso Médium Supremo pela Terra, no ano de 325, durante o Conselho de Nicéia. Tanto que a data do Carnaval, festa considerada profana e que antecede o período, muda a todo ano de acordo com determinações do próprio Vaticano. Isso porque a Páscoa é comemorada sempre no primeiro domingo de lua cheia da primavera no hemisfério norte (outono no Brasil). E o Carnaval deve sempre acontecer quarenta dias antes da celebração da Paixão de Cristo. A quaresma acaba sendo um período de purificação e redenção das almas.

QUARESMA E UMBANDA – Dentro da Umbanda o período causa uma divisão de opiniões. Um número razoável de terreiros fecha suas portas, suspendendo as atividades caritativas durante a quaresma.

Teólogos e outros estudiosos afirmam que esta atitude de fechar as portas é uma influência direta do catolicismo: Muitas pessoas que hoje são dirigentes umbandistas, no passado, professavam os preceitos da religião católica. Há ainda aqueles terreiros que cobrem as imagens do gongá, ou até mesmo fecham todo o altar com uma cortina, não havendo toques durante o período de penitência dos católicos. Algumas casas, de diretrizes mais africanizadas, fecham suas portas por acreditarem que espíritos atrasados estariam “mais livres” nessa época. Outros terreiros mantêm suas atividades normalmente, como é o caso da SEFA (confira o nosso calendário abaixo).

Esse fator acaba criando uma polêmica: é errado realizar giras e sessões mediúnicas no período da quaresma? O escritor e estudioso Jairo da Silva Coutinho defende a continuidade dos trabalhos de Umbanda no período da Quaresma. Para ele, os terreiros são como prontos-socorros e jamais poderão fechar suas portas. “A Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade. E caridade é Jesus em ação”, argumenta Coutinho.

O nosso Tupixaba, CCT Cristiano Queiroz, acredita que todos os dias são próprios para praticarmos a caridade, desde que nos coloquemos em sintonia com o Plano Superior para os trabalhos mediúnicos que vamos realizar. Ele ainda acrescenta que nós é que criamos, através das superstições, as datas de mau agouro.

“Não estou criticando as casas que fecham. Os nossos irmãos católicos não fecham suas igrejas nesse período. Acho que nós também não devemos fechar os terreiros. É a nossa forma de trabalhar para a caridade”, complementa o comandante geral da SEFA.


Embora a questão da quaresma ainda divida opiniões, o fato é que a Umbanda também segue os princípios e os ensinamentos cristãos. Porém nós, umbandistas, somos sabedores que Jesus não quer que soframos por Ele, mas sim que coloquemos em prática suas lições de amor, fé, caridade e fraternidade, virtude que Ele pregou quando encarnado como alicerces para a evolução da humanidade.

A SEFA mantém suas atividades normalmente no período da Quaresma. Acompanhe nosso calendário de Março em nossa Matriz e filiais.