A Quaresma é o período de quarenta
dias, determinado pelo Vaticano, em que os nossos irmãos católicos se
penitenciam, como uma forma de lembrar o sofrimento de Jesus Cristo. Segundo a
liturgia católica, o objetivo desse período de sacrifícios é preparar o indivíduo
mediante processos de conversão e penitência, para a expurgação de influências
carnais e mundanas e absorção de valores sagrados.
Embora tenha se tornado uma tradição,
a Quaresma não foi estipulada pelo Mestre Jesus, mas, sim, pelos dirigentes católicos,
três séculos após a passagem do nosso Médium Supremo pela Terra, no ano de 325,
durante o Conselho de Nicéia. Tanto que a data do Carnaval, festa considerada
profana e que antecede o período, muda a todo ano de acordo com determinações
do próprio Vaticano. Isso porque a Páscoa é comemorada sempre no primeiro
domingo de lua cheia da primavera no hemisfério norte (outono no Brasil). E o
Carnaval deve sempre acontecer quarenta dias antes da celebração da Paixão de
Cristo. A quaresma acaba sendo um período de purificação e redenção das almas.
QUARESMA E UMBANDA – Dentro da Umbanda
o período causa uma divisão de opiniões. Um número razoável de terreiros fecha
suas portas, suspendendo as atividades caritativas durante a quaresma.
Teólogos e outros estudiosos afirmam
que esta atitude de fechar as portas é uma influência direta do catolicismo:
Muitas pessoas que hoje são dirigentes umbandistas, no passado, professavam os
preceitos da religião católica. Há ainda aqueles terreiros que cobrem as
imagens do gongá, ou até mesmo fecham todo o altar com uma cortina, não havendo
toques durante o período de penitência dos católicos. Algumas casas, de
diretrizes mais africanizadas, fecham suas portas por acreditarem que espíritos
atrasados estariam “mais livres” nessa época. Outros terreiros mantêm suas
atividades normalmente, como é o caso da SEFA (confira o nosso calendário abaixo).
Esse fator acaba criando uma polêmica:
é errado realizar giras e sessões mediúnicas no período da quaresma? O escritor
e estudioso Jairo da Silva Coutinho defende a continuidade dos trabalhos de
Umbanda no período da Quaresma. Para ele, os terreiros são como prontos-socorros
e jamais poderão fechar suas portas. “A Umbanda é a manifestação do espírito
para a caridade. E caridade é Jesus em ação”, argumenta Coutinho.
O nosso Tupixaba, CCT Cristiano
Queiroz, acredita que todos os dias são próprios para praticarmos a caridade,
desde que nos coloquemos em sintonia com o Plano Superior para os trabalhos
mediúnicos que vamos realizar. Ele ainda acrescenta que nós é que criamos,
através das superstições, as datas de mau agouro.
“Não estou criticando as casas que
fecham. Os nossos irmãos católicos não fecham suas igrejas nesse período. Acho
que nós também não devemos fechar os terreiros. É a nossa forma de trabalhar
para a caridade”, complementa o comandante geral da SEFA.
Embora a questão da quaresma ainda
divida opiniões, o fato é que a Umbanda também segue os princípios e os
ensinamentos cristãos. Porém nós, umbandistas, somos sabedores que Jesus não
quer que soframos por Ele, mas sim que coloquemos em prática suas lições de
amor, fé, caridade e fraternidade, virtude que Ele pregou quando encarnado como
alicerces para a evolução da humanidade.
A SEFA mantém suas atividades normalmente no período da Quaresma. Acompanhe nosso calendário de Março em nossa Matriz e filiais.
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