Hoje o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher.
A data foi criada em resposta a uma tragédia onde mulheres operárias morreram queimadas em um incêndio, trancadas na fábrica onde trabalhavam. Tudo isso porque reivindicavam tratamento igualitário ao dos operários masculinos. As mulheres tinham uma carga horária maior e um salário menor em relação aos homens.
Por incrível que pareça ainda nos dias de hoje há desigualdades no tratamento homem/mulher.
Nascida numa sociedade machista, nem mesmo a Umbanda, uma religião tão agregadora, conseguiu ficar livre de alguns pré-conceitos estabelecidos. Como consequência, até os dias de hoje ainda é possível encontrar terreiros onde várias atividades são negadas às mulheres, como por exemplo:
- Mulher não pode ser Dirigente porque menstrua;
- Mulher não pode trabalhar menstruada;
- Mulher não pode tocar tambor ou atabaque;
- Mulher não pode comandar determinadas sessões no terreiro;
Embora muitos irmãos repitam essas "normas" com veemência, não há nenhum registro de alguma entidade ter imposto tais ordens, nem mesmo nenhum fundamento ou argumento que justifique essas restrições.
O mito do gênero masculino e feminino foi tão além do material, que até o trabalho espiritual é "atingido", de certa forma, pelas restrições dos homens. Por exemplo, há terreiros em que médium masculino não pode incorporar entidades femininas como Caboclas, Pretas Velhas ou Pombas-giras. Alguns chegam ao extremo absurdo de dizer que a incorporação da Pomba-Gira influencia na sexualidade do médium, fazendo com que o homem passe a ter "tendências homossexuais".
O fato é que a mulher, por se permitir mais, acaba se dedicando ao lado espiritual mais do que os homens. Alguns machões ainda preferem o ceticismo como demonstração de virilidade. Prova disso é que na maioria dos terreiros há mais médiuns mulheres do que os homens.
Da mesma forma que as mulheres foram ganhando seu espaço na sociedade, na Umbanda esse processo também teve um reflexo significativo. Hoje temos terreiros conduzidos por grandes mulheres comandantes, que além do lar, da família, do trabalho, se dedicam à caridade no terreiro. É preciso lembrar que espírito não tem sexo, e precisamos evoluir em relação à igualdade de gêneros aqui na Terra.
Na SEFA as mulheres sempre desempenharam funções de grande importância, estando em igualdade com os médiuns masculinos. Por isso, hoje, vamos homenagear as nossas meninas da SEFA: as voluntárias, cambonas e maçambas, as Iniciantes, as médiuns de Banco e Terreiro, as Abarés, as cerimonialistas, as curimbeiras, as defumadoras, as Subcomandantes... e quem sabe um dia a SEFA não tenha uma Comandante Chefe de Terreiro?
Não importa em qual função esteja. Estamos aqui para agradecer, pois todos nós viemos ao mundo através de uma mulher, e pedimos às Iabas - Orixás Femininos - que abençoem suas filhas de fé!
Feliz (todo) Dia da Mulher
CCT Cristiano Queiroz
Tupixaba da Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda
Nenhum comentário:
Postar um comentário