Como funciona a transmissão de energia das entidades para os assistentes?
Em todo trabalho espiritual ouvimos falar sempre em
troca de energia, transmissão de fluidos benéficos, irradiações. O mais
conhecido e difundido deles é o Passe.
O
Passe está presente em todas as sessões ou giras da SEFA e é o maior fundamento
de nossa religião. Desde os tempos mais antigos, a imposição das mãos é uma das
fórmulas usadas pelas pessoas para auxiliar os enfermos ou afastar deles as más
influências espirituais. Em muitos trechos da Bíblia, vemos Jesus e seus
discípulos imporem as mãos sobre os necessitados, rogando a Deus que os
curassem. Jesus fez largo uso dessa prática e disse que, se quiséssemos,
poderíamos fazer o mesmo.
E
desde aquele tempo o homem se utiliza desse recurso para aliviar, consolar,
melhorar e até curar doenças físicas e espirituais. Fato sobre o qual Allan
Kardec esclareceu mais.
Nos terreiros de Umbanda em geral
são aplicados os passes mistos, ou seja, o médium através da incorporação com
sua entidade (Caboclo, Preto Velho, Criança, Exu, etc.) aplica o passe no
indivíduo. Dessa forma a energia da entidade em sintonia com a energia do médium
atuam juntas na corrente que é transmitida para o irmão ajudado. Um fator
característico do passe na Umbanda é que, na maioria dos terreiros, as
entidades utilizam de outros elementos magísticos que auxiliam na aplicação do
passe.
É o caso, por exemplo, de vermos
alguns Caboclos que fumam charutos, Pretos Velhos com seus cachimbos, Ibejadas
com doces, etc. Nada disso é à toa. A entidade não chega simplesmente para
fumar o charuto, ou o cachimbo, ou apenas para beber um vinho. O fumo ou a
bebida tem um elemento mágico que atua no etéreo e elimina larvas astrais que
servem de parasitas espirituais no indivíduo necessitado de ajuda.
Várias
são as maneiras de se praticar o passe, e se alguma entidade necessita da
energia de uma erva, ou de um fumo queimado, ou ainda de uma bebida é pela
vibração energética que esses elementos têm.
Isso
não tira nem coloca forças sobre o trabalho de qualquer Guia ou Mentor
Espiritual que venha exercer seu trabalho de caridade. É imprescindível que o
médium esteja atento aos excessos. É preciso manter uma boa relação com as suas
entidades, e compreender delas a necessidade de seus elementos na aplicação do
passe. Cabe ao médium, nestes casos, favorecer o desligamento de formas muito
ostensivas, ou pelo menos permitir que estas sejam usadas somente quando se
fizer necessário.
Em
nossa Casa, o trabalho do passe é executado principalmente pelos médiuns de
Terreiro, que estão identificados em nosso grupo pela
letra T em seus uniformes, e receberam do Caboclo Mirim a nomenclatura de Bojá-Guassú,
que na língua Nheengatu-Tupi significa “súdito maior”, algo comparado a
um apóstolo. Esses médiuns, quando incorporados com suas entidades, aplicam passes
nos assistentes. É também de importância o trabalho do médium de Terreiro no
desenvolvimento mediúnico, pois são eles que e auxiliam os médiuns iniciantes.
O mais importante num trabalho como esse
é o médium estar em absoluta sintonia com suas entidades, ter o seu preparo e
sua conduta moral sempre condizentes com os trabalhos que se propuseram a
fazer, e dedicar-se de coração no auxílio ao irmão necessitado.
Quando ministrado com
fé, o passe é capaz de produzir verdadeiros prodígios. Tem como objetivo o
reequilíbrio do corpo físico e espiritual. Porém, o seu efeito também dependerá
do receptor do passe (assistente). É necessário que o “paciente assistido”
esteja em sintonia com a espiritualidade presente, permanecendo em constante
concentração e prece, mantendo bons pensamentos e vibrações.
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