Muito tem se falado dentro da Escola de Caboclo Mirim sobre uma palavra – TUXÁUA.
Certa vez me deparei com um debate na rede social acerca dessa palavra, com diferentes pontos de vistas. Mas alguém sabe qual é a origem verdadeira da palavra TUXÁUA e o que ela significa?
O termo é uma variação do original em Tupi TUWI’XAWA. O vocábulo é considerado um substantivo do regionalismo brasileiro, cuja a primeira datação nos dicionários é de 1685. Por causa da grande variedade de tribos indígenas, a palavra poderia sofrer algumas alterações, sendo utilizados também os termos TUPI’XAWA, TUBIXABA, TUPIXABA, TUXAUÁ... e etc.
Seja qual for a forma de se falar, o significado é o mesmo: Tuxáua é o Cacique em certos agrupamentos indígenas, é aquele que observa, articula, fomenta e motiva as capacidades pessoais e coletivas de seu povo, para que vivam em harmonia com o todo. E tal liderança do Tuxaua caracteriza-se pela forma consensual como é exercida. O chefe, cacique, pajé, ou tuxaua uma das lideranças que contribui para a ordenação e a harmonização da vida cotidiana na aldeia, especialmente no que concerne às questões ligadas à subsistência. O chefe é antes de tudo um articulador das intenções do grupo e coordenador das atividades para a execução das tarefas cotidianas. Ele tem que conviver e administrar as outras instâncias de liderança que, via de regra co-existem nas aldeias. E é nesse sentido, á figura do articulador e mobilizador, que a palavra Tuxaua surge dentro da Cultura Viva.
Em resumo, cada aldeia indígena era um agrupamento familiar, liderado por um Moruwi’xawa (ou Morubixaba). A união dessas famílias formavam uma tribo, que por sua vez tinha um “Chefe-maior” Tuwi’xawa (ou Tupixaba, Tubixaba, Tuxaua).
Logo, se assumimos a Organização Social dos nossos ancestrais indígenas, muito bem planejada e posta em prática pelo nosso Mestre Mirim como um modelo para a estrutura organizacional da Escola da Vida, entendemos que cada casa independente, cada Organização Religiosa, tem o seu Tuxáua, Tupixaba ou Tubixaba. Não importa o termo, mas sim a RESPONSABILIDADE que lhe foi entregue pela egrégora daquela Casa.
Quem assume a função de comandar uma casa sabe das suas próprias dificuldades, dos sacrifícios que faz, dos momentos em que precisam abrir mão de si mesmo em função do seu terreiro. E isso independe de ser uma única casa, ou de ser uma organização com uma, doze, vinte filiais. Independe de se ter 5 ou 500 médiuns. Todos, médiuns e entidades, entregam nas mãos e na coroa do Tuxaua a responsabilidade de conduzir aquele terreiro, material e espiritualmente.
No meu ponto de vista, é preciso entender que TUXÁUA não é um título a ser ostentado na nossa Escola. Creio eu que a palavra "ostentar" não deveria nem existir dentro do dicionário Umbandista. Mas todos que carregam a responsabilidade de Tuxáua ou Tupixaba, merece muito respeito, independentemente se é do terreiro A ou B. Afinal, somos todos Umbandistas. E Umbanda é coisa séria, para gente séria.
E antes de entrarmos na discussão de quem é Tuxáua, devemos lembrar que o nosso Mestre Mirim, criador da Escola da Vida, esse SIM, deve ser sempre o nosso maior e único TUXÁUA.
Por isso deixo aqui o meu abraço fraterno a todos os Tuxauas e/ou Tupixabas, que têm essa difícil e belíssima missão de levar a bandeira da Umbanda a todos os irmãos de fé, seja pela Escola de Caboclo Mirim, ou pela doutrina que cada um seguir. Que o nosso Médium Supremo ilumine a caminhada de cada um e fortaleça o gongá de cada Casa.
Por isso deixo aqui o meu abraço fraterno a todos os Tuxauas e/ou Tupixabas, que têm essa difícil e belíssima missão de levar a bandeira da Umbanda a todos os irmãos de fé, seja pela Escola de Caboclo Mirim, ou pela doutrina que cada um seguir. Que o nosso Médium Supremo ilumine a caminhada de cada um e fortaleça o gongá de cada Casa.
Saravá!
CCT Cristiano Queiroz
Tupixaba da Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda
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