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A Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA - é uma Organização Religiosa de Umbanda, que traz como base doutrinária a Escola de Caboclo Mirim. Nosso objetivo é seguir os princípios fundamentais da Umbanda e seus ensinamentos na prática da caridade. Nossa Matriz fica no bairro de Piedade, e nossas filiais em Sampaio e Vila Isabel (Rio de Janeiro)

quinta-feira, 14 de abril de 2016

9 anos da Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda

“É... diz que o tempo voa e não tem asas pra voar. E se ele voa é só deixar o tempo passar...” A letra é de uma curimba dedicada ao Caboclo das Sete Jibóias, mas retrata bem todos os momentos vividos por aqueles que ajudam uma Casa de Umbanda a começar a sua caminhada. E não seria diferente com a Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda (SEFA).

Nem parece que já se passou quase uma década. Afinal, foram tantas experiências, tantas noites sem dormir, tantas alegrias, tantas preocupações, tantas festas e eventos com amigos e família deixados de lado, tantas vitórias, tantas surpresas... enfim, dos mais positivos aos negativos, muitos foram os aprendizados que tivemos nesses 9 anos de terreiro.


Voltando no tempo, há exatos nove anos, a SEFA fazia sua primeira reunião com alguns médiuns (eram onze na época) ao redor de uma singela mesa, estudando os fundamentos da nossa Escola antes de colocar os trabalhos em prática. Naquele mesmo 14 de abril de 2007 o Caboclo Sete Estrelas oficializou a fundação da Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda.


Logo depois, quando se instalou na sede atual – o imóvel alugado no bairro de Piedade, onde fica a nossa Matriz – o terreiro ainda não tinha telhado, com as sessões e giras sendo realizadas a céu aberto. Na primeira Gira de Oxossi, em 2008, um temporal típico de chuva de verão caiu sobre o terreiro na hora da chegada dos Caboclos. A gira continua assim mesmo. Uma proteção de plástico foi colocada sobre o tambor, e os caboclos continuavam girando debaixo da chuva (detalhe que os charutos continuaram acesos). O esforço dos poucos médiuns da época e a ajuda de alguns assistentes resultou na obra de instalação do telhado. Aos poucos, o terreiro ganhava a nossa forma, a nossa “cara”.



O mesmo ia acontecendo na corrente mediúnica. Antes encarado como um grupo “muito jovem” tanto no seu tempo de formação quanto na média da faixa etária dos filhos do terreiro, a SEFA aos poucos foi agregando novos médiuns, tornando-se um grupo cada vez mais heterogêneo, mais com um ideal comum de praticar a caridade pela Lei de Umbanda, seguindo os ensinamentos da Escola de Caboclo Mirim, aqui trazidos pelo Caboclo Sete Estrelas. Novos irmãos iniciaram em nossa corrente e outros chegaram como voluntários; crescemos fisicamente e amadurecemos enquanto grupo e enquanto pessoas. Houve aqueles médiuns que apenas passaram pelo Corpo Mediúnico, mas deixaram aqui a sua contribuição e levam a SEFA como parte da sua história. E há muitos que entraram para a Umbanda pelas portas do nosso terreiro. Chegaram aqui como voluntários, foram aprendendo, adquirindo responsabilidades. Hoje vejo médiuns que começaram a se desenvolver aqui e agora são médiuns de Terreiro, Subchefes, Chefes de Terreiro... isso nos dá muita alegria pois reafirma o verdadeiro sentido da nossa Escola de Umbanda.


Aliás, eu tenho que agradecer a todos os meus médiuns, porque me ajudaram a ser um Comandante Chefe de Terreiro e uma pessoa melhor. Agradeço pela consideração, pelo respeito, pela lealdade, pela compreensão nas minhas falhas, pela ajuda dos irmãos de corrente em cada um dos meus momentos na SEFA, dos mais alegres aos mais tristes, abrindo mão até mesmo de um domingo junto a seus familiares ou do descanso de suas férias para estarem no terreiro, praticando a caridade, estudando, participando de mutirões, pintando uma parede ou consertando um telhado.


O resultado desse amadurecimento do grupo se reverte no crescimento da Casa e dos trabalhos espirituais. Em 2014, após as comemorações dos sete anos da SEFA, abrimos uma filial no bairro de Sampaio, num terreiro que estava fechado há mais de 20 anos. Foi uma forma de voltar a atender uma comunidade que estava carente dos trabalhos de Umbanda, e de levar os ensinamentos da nossa Escola a pessoas que não conseguiam chegar à nossa Matriz em Piedade. No ano passado realizamos nossa primeira consagração de CCT dentro da SEFA, do médium Paulo Henrique Brazão, Morubixaba da filial de Sampaio. O reconhecimento pela sua dedicação ao terreiro durante todos esses anos emocionou a todos que presenciaram o ritual de consagração de 7º grau.


Temos um trabalho social também que está se concretizando cada vez mais, porque novos irmãos vêm somar nessa corrente. Começamos ajudando a Creche da Tia Edith, na comunidade da Caixa d’Água, em Piedade. Hoje, além dela, ajudamos também outras duas instituições, e mais dez famílias das comunidades de Piedade e Sampaio. E realizamos eventos para as crianças do entorno da filial, com o intuito de levar mais carinho e alegria para elas.

Está na letra do Hino da SEFA: “Nós vamos caminhar de mãos unidas nessa Seara Espiritualista”. E assim tem sido durante esses nove anos. Quem chega à SEFA hoje, se depara com um terreiro com muitas etapas vencidas, mas ainda com muitos outros desafios pela frente, porque isso faz parte do nosso ciclo da vida e da nossa missão na Terra.



E como não podia deixar de agradecer pelas grandes amizades formadas ao longo de nossa trajetória. Irmãos que sempre farão parte da história da SEFA, e terreiros que esperamos ter sempre conosco, comemorando e celebrando mais um aniversário.



Para terminar, agradeço ao Caboclo Sete Estrelas por entregar tão nobre missão a esse servo de Deus, Oxalá, nosso Pai Maior, e fiel seguidor da Escola de Caboclo Mirim. Sei que na caminhada de um dirigente há muitos tropeços. Mas a força que o senhor me dá sempre me coloca de pé para seguir adiante, e que os tropeços do caminho me sirvam de aprendizado para chegar aonde o senhor quiser me levar. Obrigado, mestre! Obrigado, médiuns! Obrigado, Umbanda!



CCT Cristiano Queiroz

Tupixaba da Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA


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