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A Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA - é uma Organização Religiosa de Umbanda, que traz como base doutrinária a Escola de Caboclo Mirim. Nosso objetivo é seguir os princípios fundamentais da Umbanda e seus ensinamentos na prática da caridade. Nossa Matriz fica no bairro de Piedade, e nossas filiais em Sampaio e Vila Isabel (Rio de Janeiro)

terça-feira, 12 de abril de 2016

O que seria "Umbanda pé no chão"?


Vez por outra ouvimos falar na expressão “Umbanda pé no chão” na nossa religião.
Talvez para simbolizar a humildade, e por isso em muitos terreiros seus médiuns trabalham descalços.
Mas às vezes o que está no chão, mais propriamente nos pés do médium, pode causar muita polêmica.

Como muitos sabem, eu sempre busco divulgar os trabalhos de meu terreiro, não por autopromoção, mas para mostrar ao maior número possível de pessoas como fazemos os nossos trabalhos, baseados na Escola de Caboclo Mirim.
Essa divulgação tem ajudado muitas pessoas “leigas” no assunto a entenderem que Umbanda não tem nenhuma ligação com os despachos de encruzilhadas, nem com os anúncios de jornal onde “Pais de santo do comércio” prometem fazer trabalhos milagrosos aos que mais pagarem.

Mas, ainda que com a intenção de ajudar as pessoas a terem mais acesso aos nossos trabalhos, mesmo assim sofremos duras críticas. E o pior, vindas de irmãos de fé. Isso mesmo! Umbandista criticando umbandista, como se já não bastasse a dura perseguição que sofremos das Igrejas neopetencostais.
E um dos principais “alvos” de crítica é sobre a questão do calçado utilizado pelos MÉDIUNS.

Já cheguei a ler uma vez um comentário de um irmão que dizia que “estava errado o Caboclo calçado.” Quando eu argumentei que quem estava calçado era o MÉDIUM e não a ENTIDADE, ele me disse: “Caboclo é índio, e os índios da época não viviam calçados.”
Não sei a qual época exatamente ele estava se referindo, mas resolvi argumentar, com todo respeito: “Os índios também viviam nus. Nesse caso, você sugere que o médium tire a sua roupa para incorporar um Caboclo?”
Ao que ele me responde: “Umbanda é pé no chão.”

Então vamos ao questionamento desse texto: O que é Umbanda pé no chão? Essa expressão, assim como tudo na Umbanda, deve ser interpretada de forma muito mais ampla para não ficar presa aos nossos olhares limitados.

Se por um lado ter os pés no chão pode simbolizar humildade, de nada vai adiantar o médium andar descalço e continuar ostentando cordões de ouro, anéis com símbolos de entidades ou imagens de São Jorge, pulseira e vestidos cada vez mais dourados. A humildade se destina somente aos pés? Dos joelhos para cima não conta?

Não adianta ter os dois pés no chão se o seu único nariz continuar em pé.

Então, fui até o dicionário para entender, no popular, o que significa a expressão “pé no chão”, e encontrei a seguinte definição: “Pessoa segura de suas atitudes, se conhece e tem capacidade de tomar decisão com firmeza.”

Será que não é isso que os nossos guias querem de nós? Que caminhemos com firmeza, com segurança pelos caminhos da seara do bem? Não importa se o médium está calçado ou descalço, pois isso vai depender da doutrina que a Casa segue. O mais importante é o médium buscar aprender com seus guias, quebrar mitos, trabalhar na caridade pura, sem carnavalizar suas giras.

Se o médium está calçado, isso faz parte da disciplina do seu terreiro, e merece ser respeitado como todas as linhas doutrinárias das diversas casas de Umbanda espalhadas pelo mundo.

Então, ao invés de dar importância ao calçado, procure receber as boas vibrações dos trabalhos no terreiro de Umbanda que você seguir. Procure caminhar com os pés no chão, firmes no seu propósito da caridade, procure seguir nos caminhos da evolução espiritual, que levam à Luz de Oxalá. Quando você trabalha com firmeza, seguindo os ensinamentos da Umbanda de coração, seguindo os fundamentos da sua Casa, tenho certeza que você não vai se importar se você está descalço ou calçado.

Meu saravá fraterno a todos.

CCT Cristiano Queiroz
Tupixaba da Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA

8 comentários:

  1. Gostei muito do texto! O que me faz pensar talvez o pé no chão seja na matéria, o pé na matéria e a cabeça no espiritual donde surge o equilíbrio.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Parabéns CCT Cristiano Queiroz pelo belo esclarecimento a todos os irmãos, assistência e simpatizantes dessa linda "Escola da Vida", que é a Umbanda de Mirim.

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    1. Obrigado, querido irmão. Como tenho profunda admiração e respeito pela doutrina de Caboclo Mirim, e procuro seguir fielmente os seus ensinamentos, achei importante esclarecer isso a todos os irmãos. Saravá o Caboclo Mirim!

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  4. ''Se o médium está calçado, isso faz parte da disciplina do seu terreiro, e merece ser respeitado como todas as linhas doutrinárias das diversas casas de Umbanda espalhadas pelo mundo''. Saudações de uma forma geral!
    Acima já diz tudo!!! Seja de acordo com a doutrina de cada 'Casa'!!!! Assim quando chegamos em uma casa e geralmente retiramos o calçado em respeito ao lugar! a não ser que nos fale que não precisa ser retirado. Parabéns pela exposição da explicativa dada Irmão de nossa Fé, CCT Cristiano Queiróz. Abraços fraternos. Sacerdote Teólogo do Grupo Espírita Fraternidade Filhos de Ararigbóya - GEFFA - RJ.

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    1. Obrigado, querido irmão, pelas palavras. Precisamos desmistificar mais a nossa querida Umbanda, para que ela não seja sempre mal vista por pessoas que não a conhecem.

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  5. Irmão, sua benção. Bom dia ! De acordo, quem dera se todos os irmãos se unissem eem prol da religião e criticassem menos. Eu venho de um terreiro em que se trabalhava descalço, mas isso não me dá o direito de criticar a padronização de uniforme de um irmão ou de uma escola diferenciada. Parabéns pelo texto. Gostaria de fazer uma observação eem relação ao que fala sobre "despachos na encruzilhadas". Em partes eu concordo, permita-me discordar no ponto de vista do agrado ou forma de culto aprendida em cada casa, em casa tradição de terreiro. O que é inaceitável é o derramamento de sangue ( ejé ) isso faz parte dos ritos de candomblé, e muito se confundem o Orixá EXU ( divindade de candomblé e NÃO de umbanda) bem como sua saudação Laroye, pertinente a mesma divindade ! Resumindo, eu não acho errado ofertar uma rosa, por exemplo, na encruzilhada, eu sou umbandista e não deixaria de ser pelo fato de oferecer uma rosa na encruzilhada para uma pombagira de devoção ou a que eu "carrego". Questão de crença, ponto de vista e bom senso, uma vez que, rua é pública e não devemos "sujar" as mesmas com um monte de coisas arriadas, quando podemos fazer isso em local de culto. Cristiano, vejo e acompanho casas de umbanda de muito tempo e que praticam tais atos, de maneira respeitosa e com responsabilidade ambiental e não acredito que um irmao venha dizer que por isso, não somos considerados umbandistas !
    Abraço e saravá fraterno !

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